31 de outubro de 2012

Os ventos sopram quentes: sonho de fim de verão


Com o vento a ficar frio quando o crepúsculo cai sobre a cidade as folhas começam a mudar de cor nas árvores altas do parque. O ar da noite que antes era quente e sufocante é agora fresco demais.

Nas varandas da cidade colares de pimentos e berigelas alinhados foram postos a secar estrategicamente ao sol da tarde. O frio é esperado com cores fortes e quentes e com esforços de conservar as iguarias que só o verão permite. Nos meses frios o trabalho de amor será transformado em pratos de vegetais recheados com sabor a especiarias prontos a apaziguar os estômagos mais desertos de calor.

Nos parques, as famílias aproveitam os últimos dias de calmaria, sentadas na relva fresca e meticulosamente aparada. Pic-nics continuam a avistar-se por toda a parte e as crianças bricam em redor fazendo aquilo que todas as crianças fazem em todo o mundo.

As esplanadas funcionam até tarde numa tentativa desesperada que o verão se prolongue e que as coca-colas frescas sobre as mesas convençam o outono triste a não chegar cedo.

Os ventos ainda sopram quentes no entanto, pelo menos ao cair da tarde, e o cheiro do verão embora faça as suas malas lentamente continua a pairar no ar como uma recordação feliz do passado.

Os ventos sopram quentes: sonho de fim de verão


Com o vento a ficar frio quando o crepúsculo cai sobre a cidade as folhas começam a mudar de cor nas árvores altas do parque. O ar da noite que antes era quente e sufocante é agora fresco demais.

Nas varandas da cidade colares de pimentos e berigelas alinhados foram postos a secar estrategicamente ao sol da tarde. O frio é esperado com cores fortes e quentes e com esforços de conservar as iguarias que só o verão permite. Nos meses frios o trabalho de amor será transformado em pratos de vegetais recheados com sabor a especiarias prontos a apaziguar os estômagos mais desertos de calor.

Nos parques, as famílias aproveitam os últimos dias de calmaria, sentadas na relva fresca e meticulosamente aparada. Pic-nics continuam a avistar-se por toda a parte e as crianças bricam em redor fazendo aquilo que todas as crianças fazem em todo o mundo.

As esplanadas funcionam até tarde numa tentativa desesperada que o verão se prolongue e que as coca-colas frescas sobre as mesas convençam o outono triste a não chegar cedo.

Os ventos ainda sopram quentes no entanto, pelo menos ao cair da tarde, e o cheiro do verão embora faça as suas malas lentamente continua a pairar no ar como uma recordação feliz do passado.

Os ventos sopram quentes: sonho de fim de verão


Com o vento a ficar frio quando o crepúsculo cai sobre a cidade as folhas começam a mudar de cor nas árvores altas do parque. O ar da noite que antes era quente e sufocante é agora fresco demais.

Nas varandas da cidade colares de pimentos e berigelas alinhados foram postos a secar estrategicamente ao sol da tarde. O frio é esperado com cores fortes e quentes e com esforços de conservar as iguarias que só o verão permite. Nos meses frios o trabalho de amor será transformado em pratos de vegetais recheados com sabor a especiarias prontos a apaziguar os estômagos mais desertos de calor.

Nos parques, as famílias aproveitam os últimos dias de calmaria, sentadas na relva fresca e meticulosamente aparada. Pic-nics continuam a avistar-se por toda a parte e as crianças bricam em redor fazendo aquilo que todas as crianças fazem em todo o mundo.

As esplanadas funcionam até tarde numa tentativa desesperada que o verão se prolongue e que as coca-colas frescas sobre as mesas convençam o outono triste a não chegar cedo.

Os ventos ainda sopram quentes no entanto, pelo menos ao cair da tarde, e o cheiro do verão embora faça as suas malas lentamente continua a pairar no ar como uma recordação feliz do passado.

Os ventos sopram quentes: sonho de fim de verão


Com o vento a ficar frio quando o crepúsculo cai sobre a cidade as folhas começam a mudar de cor nas árvores altas do parque. O ar da noite que antes era quente e sufocante é agora fresco demais.

Nas varandas da cidade colares de pimentos e berigelas alinhados foram postos a secar estrategicamente ao sol da tarde. O frio é esperado com cores fortes e quentes e com esforços de conservar as iguarias que só o verão permite. Nos meses frios o trabalho de amor será transformado em pratos de vegetais recheados com sabor a especiarias prontos a apaziguar os estômagos mais desertos de calor.

Nos parques, as famílias aproveitam os últimos dias de calmaria, sentadas na relva fresca e meticulosamente aparada. Pic-nics continuam a avistar-se por toda a parte e as crianças bricam em redor fazendo aquilo que todas as crianças fazem em todo o mundo.

As esplanadas funcionam até tarde numa tentativa desesperada que o verão se prolongue e que as coca-colas frescas sobre as mesas convençam o outono triste a não chegar cedo.

Os ventos ainda sopram quentes no entanto, pelo menos ao cair da tarde, e o cheiro do verão embora faça as suas malas lentamente continua a pairar no ar como uma recordação feliz do passado.

Os ventos sopram quentes: quando é Ramadão...


Tudo é igual mas tudo é diferente. O tempo continua demasiado quente, as ruas demasiado cheias e continua a haver pó a mais no ar vindo das terras secas do sul, mas agora o cheiro doce dos fritos do Ramadão invade o olfato de quem passa na rua depois das seis da tarde.

Três e meia da madrugada e tambores ribombam por toda a cidade. Começa o primeiro dia de Ramadão.

Feito o aviso para a última refeição antes do início do jejum as famílias juntam-se sabendo que só voltarão a comer e a beber depois das oito da noite. Com mais de 40º é difícil resistir à tentação de não beber água durante o dia inteiro, sobretudo para quem trabalha.

No final da tarde as lojas fecham. São fechadas apressadamente por homens demasiado nervosos, ansiosos por chegar a casa e quebrar o jejum com as tâmaras que provavelmente já têm em cima da mesa.

Sacos e sacos com Baklavas (o mais delicioso doce turco) são avistados ao longo das ruas que se vão progressivamente esvaziando. Saquinhos de sumo de “alcaçuz” em bancas por toda a parte.

Festas nos parques, dança e tambores e bandeirinhas turcas por toda a parte. Fogo-de-artifício não autorizado. Empregados de mesa stressados pela avalanche de clientes que lhes entrou pela esplanada dentro.

Os ventos sopram quentes: quando tudo está no mesmo sítio há mais tempo do que devia


Homens, quando lá chegámos apenas se avistavam homens. O largo não é sítio para mulheres.

À janela do café cabeças despontam. Pela porta saem velhos enrugados com as suas calças turcas pretas esbranquiçadas pela poeira dos caminhos.

O ancião que tem no café o seu quartel-general, a sua sala de estar comunitária apressa-se a cumprimentar-nos, mostrando num largo sorriso os poucos dentes que ainda tem na boca.

Lenços começam a espreitar nas esquinas e depois também calças coloridas com flores dançando ao ritmo do vento quente.

Mulheres jovens mas demasiado velhas, demasiado maltratadas pelo calor dos anos.

Crianças, muitas crianças numa aldeia tão pequena. E bebés, muitos bebés.

Mãos sujas, roupa rota, cabelos demasiado beijados pelo pó, mas olhos maiores que avelãs, verdes e azuis, cabelos louros, alemães do médio oriente. E sorrisos abertos, verdadeiros, fortes e doces.

A inteligência e a vivacidade a quererem aparecer vestidas de gala a cada riso.

O tempo não é estanque, as politicas estatais mudaram, os partidos continuaram a dança democrática, a sociedade mudou, mas aqui, as casas, a estrada, o pó, tudo está no mesmo sítio há mais tempo do que devia.

Os ventos sopram quentes: diplomacia do Chá


Chá? Ofereceu o homem de pele curtida pelo sol abrasador e de olhos azuis céu em forma de avelã. É esta a diplomacia do chá. Estabelecer uma relação de confiança, perceber as intenções e os objetivos dos interlocutores, perder o medo do outro. Tudo isto é feito à volta de uma mesa repleta de copinhos de chá escaldante, mesmo que estejam mais de 40ºC debaixo das árvores frondosas que nos fazem sombra.

Homens envelhecidos pelo tempo quente jogam às cartas, exibindo os seus dotes conquistados através da experiência acumulada ao longo anos. Os pés nos chinelos de pele e os chinelos assentes no terreno com ervas secas do verão. O Tempo é um bem precioso mas que aqui cai aos cachos.

O momento reservado ao chá é como uma espécie de ampulheta e o tempo deve ser aproveitado para tratar das questões práticas que ali nos levaram. Não é fácil ganhar a confiança de um líder de aldeia.

O medo de que sejamos um grupo pronto a desviar as crianças do caminho da fé ou com propósitos de aculturação ocidental está claramente presente no pensamento e argumentação de quem nos recebeu.

Por vezes nem uma conversa clara afasta os preconceitos relativos a ambas as partes. Por vezes aquilo que nos une é tão grande quanto aquilo que nos separa e neste caso não é possível quebrar a casca da superfície e construir uma relação de confiança.

Os ventos sopram quentes: do outro extremo mediterrânico


Gaziantep, no sudeste da Turquia, a 80 km da Síria é uma cidade da resistência da guerra franco-turca de 1922. Foi neste território de maioria curda que se definiram as fronteiras daquilo que viria a ser o Estado turco após a dissolução do Império Otomano.

A cidade é famosa pelos seus mosaicos e estes são uma boa metáfora para explicar o que é Gaziantep e toda a Turquia. Tal como um mosaico é composto por diversas cores e padrões de onde se espera obter uma imagem, assim é esta cidade de quase dois milhões de habitantes e o país, que composto por diferentes culturas e diferentes entendimentos da religião e do seu lugar tenta criar desde a formação do Estado uma imagem de coesão, unidade e homogeneidade.

Aqui se cruzam a cultura europeia, árabe e turca e não é fácil entender quando uma começa e quando outra acaba. Se por um lado as ruas estreitas e ondulantes com casas semiacabadas e o grande bazar nos podem fazer lembrar uma cidade do imaginário árabe, as avenidas largas, os parques com relva impecavelmente aparada e com as grandes árvores e os edifícios contemporâneos que albergam lojas de marcas internacionais fazem-nos sentir numa qualquer cidade europeia.

A famosa frase quase já um cliché de tanto repetida de que a Turquia é um país ponte entre dois mundos, não nos ajuda a clarificar a nossa ideia sobre o que é de facto a Turquia mas no entanto não é apenas uma frase feita.