Homens, quando lá chegámos apenas se
avistavam homens. O largo não é sítio para mulheres.
À janela do café cabeças despontam. Pela
porta saem velhos enrugados com as suas calças turcas pretas esbranquiçadas
pela poeira dos caminhos.
O ancião que tem no café o seu
quartel-general, a sua sala de estar comunitária apressa-se a cumprimentar-nos,
mostrando num largo sorriso os poucos dentes que ainda tem na boca.
Lenços começam a espreitar nas esquinas
e depois também calças coloridas com flores dançando ao ritmo do vento quente.
Mulheres jovens mas demasiado velhas,
demasiado maltratadas pelo calor dos anos.
Crianças, muitas crianças numa aldeia
tão pequena. E bebés, muitos bebés.
Mãos sujas, roupa rota, cabelos
demasiado beijados pelo pó, mas olhos maiores que avelãs, verdes e azuis,
cabelos louros, alemães do médio oriente. E sorrisos abertos, verdadeiros,
fortes e doces.
A inteligência e a vivacidade a quererem
aparecer vestidas de gala a cada riso.
O tempo não é estanque, as politicas
estatais mudaram, os partidos continuaram a dança democrática, a sociedade
mudou, mas aqui, as casas, a estrada, o pó, tudo está no mesmo sítio há mais
tempo do que devia.
Sem comentários:
Enviar um comentário