31 de outubro de 2012

Os ventos sopram quentes: quando é Ramadão...


Tudo é igual mas tudo é diferente. O tempo continua demasiado quente, as ruas demasiado cheias e continua a haver pó a mais no ar vindo das terras secas do sul, mas agora o cheiro doce dos fritos do Ramadão invade o olfato de quem passa na rua depois das seis da tarde.

Três e meia da madrugada e tambores ribombam por toda a cidade. Começa o primeiro dia de Ramadão.

Feito o aviso para a última refeição antes do início do jejum as famílias juntam-se sabendo que só voltarão a comer e a beber depois das oito da noite. Com mais de 40º é difícil resistir à tentação de não beber água durante o dia inteiro, sobretudo para quem trabalha.

No final da tarde as lojas fecham. São fechadas apressadamente por homens demasiado nervosos, ansiosos por chegar a casa e quebrar o jejum com as tâmaras que provavelmente já têm em cima da mesa.

Sacos e sacos com Baklavas (o mais delicioso doce turco) são avistados ao longo das ruas que se vão progressivamente esvaziando. Saquinhos de sumo de “alcaçuz” em bancas por toda a parte.

Festas nos parques, dança e tambores e bandeirinhas turcas por toda a parte. Fogo-de-artifício não autorizado. Empregados de mesa stressados pela avalanche de clientes que lhes entrou pela esplanada dentro.

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