Tudo
é igual mas tudo é diferente. O tempo continua demasiado quente, as ruas
demasiado cheias e continua a haver pó a mais no ar vindo das terras secas do
sul, mas agora o cheiro doce dos fritos do Ramadão invade o olfato de quem
passa na rua depois das seis da tarde.
Três
e meia da madrugada e tambores ribombam por toda a cidade. Começa o primeiro
dia de Ramadão.
Feito
o aviso para a última refeição antes do início do jejum as famílias juntam-se
sabendo que só voltarão a comer e a beber depois das oito da noite. Com mais de
40º é difícil resistir à tentação de não beber água durante o dia inteiro,
sobretudo para quem trabalha.
No
final da tarde as lojas fecham. São fechadas apressadamente por homens demasiado
nervosos, ansiosos por chegar a casa e quebrar o jejum com as tâmaras que
provavelmente já têm em cima da mesa.
Sacos
e sacos com Baklavas (o mais delicioso doce turco) são avistados ao longo das
ruas que se vão progressivamente esvaziando. Saquinhos de sumo de “alcaçuz” em
bancas por toda a parte.
Festas
nos parques, dança e tambores e bandeirinhas turcas por toda a parte. Fogo-de-artifício
não autorizado. Empregados de mesa stressados pela avalanche de clientes que lhes
entrou pela esplanada dentro.
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