31 de outubro de 2012

Os ventos sopram quentes: do outro extremo mediterrânico


Gaziantep, no sudeste da Turquia, a 80 km da Síria é uma cidade da resistência da guerra franco-turca de 1922. Foi neste território de maioria curda que se definiram as fronteiras daquilo que viria a ser o Estado turco após a dissolução do Império Otomano.

A cidade é famosa pelos seus mosaicos e estes são uma boa metáfora para explicar o que é Gaziantep e toda a Turquia. Tal como um mosaico é composto por diversas cores e padrões de onde se espera obter uma imagem, assim é esta cidade de quase dois milhões de habitantes e o país, que composto por diferentes culturas e diferentes entendimentos da religião e do seu lugar tenta criar desde a formação do Estado uma imagem de coesão, unidade e homogeneidade.

Aqui se cruzam a cultura europeia, árabe e turca e não é fácil entender quando uma começa e quando outra acaba. Se por um lado as ruas estreitas e ondulantes com casas semiacabadas e o grande bazar nos podem fazer lembrar uma cidade do imaginário árabe, as avenidas largas, os parques com relva impecavelmente aparada e com as grandes árvores e os edifícios contemporâneos que albergam lojas de marcas internacionais fazem-nos sentir numa qualquer cidade europeia.

A famosa frase quase já um cliché de tanto repetida de que a Turquia é um país ponte entre dois mundos, não nos ajuda a clarificar a nossa ideia sobre o que é de facto a Turquia mas no entanto não é apenas uma frase feita.

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