Gaziantep,
no sudeste da Turquia, a 80 km da Síria é uma cidade da resistência da guerra
franco-turca de 1922. Foi neste território de maioria curda que se definiram as
fronteiras daquilo que viria a ser o Estado turco após a dissolução do Império
Otomano.
A
cidade é famosa pelos seus mosaicos e estes são uma boa metáfora para explicar
o que é Gaziantep e toda a Turquia. Tal como um mosaico é composto por diversas
cores e padrões de onde se espera obter uma imagem, assim é esta cidade de
quase dois milhões de habitantes e o país, que composto por diferentes culturas
e diferentes entendimentos da religião e do seu lugar tenta criar desde a
formação do Estado uma imagem de coesão, unidade e homogeneidade.
Aqui
se cruzam a cultura europeia, árabe e turca e não é fácil entender quando uma
começa e quando outra acaba. Se por um lado as ruas estreitas e ondulantes com
casas semiacabadas e o grande bazar nos podem fazer lembrar uma cidade do
imaginário árabe, as avenidas largas, os parques com relva impecavelmente
aparada e com as grandes árvores e os edifícios contemporâneos que albergam
lojas de marcas internacionais fazem-nos sentir numa qualquer cidade europeia.
A
famosa frase quase já um cliché de tanto repetida de que a Turquia é um país
ponte entre dois mundos, não nos ajuda a clarificar a nossa ideia sobre o que é
de facto a Turquia mas no entanto não é apenas uma frase feita.
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